Mil pessoas, entre produtores rurais, comerciantes e representantes da cadeia produtiva, são esperadas no 1º Encontro Paranaense do Feijão, que começa amanhã no Parque de Exposições Dario Macedo, em Castro, nos Campos Gerais paranaenses. Em dois dias de programação, eles irão discutir tendências e perspectivas para o mercado da leguminosa em 2010.
As discussões servirão como base para a elaboração de uma pauta de reivindicações que será enviada ao governo federal. O setor produtivo pede, entre outras medidas, o lançamento de contratos de opção de venda para sinalizar preços e sustentar o mercado na época da comercialização.
“Os números da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicam que teremos uma superprodução de feijão e, se isso acontecer, os preços devem continuar abaixo do mínimo. Por isso, queremos ser pró-ativos e fazer uma avaliação do mercado antes da colheita. Assim poderemos antecipar problemas e propor soluções”, explica Eduardo Medeiros Gomes, do Sindicato Rural de Castro.
A programação é dividida em dois momentos. O primeiro dia de atividades concentra os eventos técnicos, voltados a produtores e participantes da cadeia produtiva. A agenda inclui palestras sobre tecnologia de produção, comercialização e políticas públicas para o setor, além de estações de consulta e divulgação de trabalhos de empresas privadas e instituições oficias de pesquisa.
Cultivares, controle de doenças, seguro, garantia de preços, perspectivas de produção no Paraná e no Brasil e expectativa de preços e mercado para a safra 2009/10 são alguns dos assuntos em pauta. A regulamentação do padrão de qualidade do feijão e seus reflexos para o produtor rural também estarão em debate. O secretário da Agricultura do Paraná, Valter Bianchini, vai falar sobre Pronaf, Proagro e garantia de preço.
No sábado, segundo e último dia do evento, a programação será dedicada ao elo final da cadeia, o consumidor, com uma feijoada no parque. O 1º Encontro Paranaense do Feijão é realizado pelo Sindicato Rural de Castro, órgãos públicos e cooperativas da região.
Colheita recupera tempo perdido O atraso no plantio da safra das águas não retardou o início dos trabalhos de colheita do feijão no Paraná. Até o início desta semana, as máquinas já haviam passado por 4% dos 330,6 mil hectares cultivados no estado neste ano. O índice é igual ao registrado nesta mesma época de 2008 e o dobro do apurado em 2007. Por enquanto, não há relatos de perdas expressivas, seja em volume ou em qualidade, afirma Carlos Alberto Salvador, técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab).
Entre os núcleos regionais da Seab, Umuarama é onde a colheita do feijão das águas está mais adiantada, com 50% da área coletada. Jacarezinho, com 30%, Londrina, com 13%, Maringá, com 10%, Cascavel, com 5%, e Guarapuava, com 3%, completam a lista de regionais paranaenses onde os trabalhos de campo já foram iniciados.
Produção maior Apesar de ter cultivado área 11% menor neste verão, o estado tem potencial para colher até 30% mais, conforme o Deral. Com clima favorável, a safra das águas paranaense pode avançar para 545,1 mil toneladas. Em todo o país, o cultivo de 1,42 milhão de hectares tem potencial para 1,46 milhão de toneladas, 8,5% mais que na primeira safra do ano passado, conforme levantamento da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab).
A expectativa de incremento na produção é espelhada nos preços, que permanecem abaixo do mínimo de garantia de R$ 80. No Paraná, a saca do feijão de cor foi cotada a R$ 62,37 e a do preto valia R$ 61,98 ontem. Até agora, apenas 1% da safra esperada para este verão foi negociada, segundo o Deral.