Trigo - Safra de trigo não atende a expectativa dos produtores
Data:
20/11/2009
Metade do trigo cultivado no Rio Grande do Sul, nesta safra, já foi colhido. Os trabalhos estão atrasados por causa do excesso de umidade.
Desde o início da safra o agricultor Décio Teixeira, de Cruz Alta, no noroeste gaúcho, já teve de rever o índice de produtividade esperado para os 350 hectares que destinou ao trigo. “Eu tinha uma expectativa de 40 sacas por hectare. Mas agora, em função da chuva, já estou estimando que vá haver uma redução”, falou.
Segundo a Emater, metade do trigo plantado foi colhido em todo o Estado. Na mesma do ano passado, passava dos 60%. Além do atraso, outro problema tira o sono dos produtores.
Para muitos agricultores gaúchos, o dourado das lavouras já foi motivo de orgulho. Hoje, causa preocupação. Os produtores não estão conseguindo vender o cereal. O preço médio da saca de 60 quilos do trigo na região é de R$ 22. O valor é menor do que o preço mínimo fixado pelo governo federal e calculado para cobrir os custos de produção.
O seu Décio reclama que não consegue honrar os compromissos. “A gente tem compromissos e dependem de comercialização de trigo. Está ficando difícil a situação”, avaliou.
Para piorar a situação dos produtores os moinhos e as cerealistas dizem que não querem comprar o trigo mesmo com o preço baixo. O setor diz que os estoques estão lotados com o grão da safra passada.
O preço mínimo do trigo de melhor qualidade foi fixado em R$ 33,30. Segundo a Conab, não há leilões previstos para este ano porque faltam recursos para a compra do grão.