Soja - Custos de produção encolhem 17,65% em Mato Grosso
Data:
23/11/2009
Os custos de produção da safra 09/10 da soja, em Mato Grosso, apresentam queda de 17,65% em relação ao ano passado, mas ainda continuam altos quando comparados aos investimentos realizados em outras regiões do país.
De acordo com a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), o custo médio de plantio por hectare caiu de R$ 1,7 mil para R$ 1,4 mil. Os cálculos levam em conta itens como insumos (fertilizantes e defensivos), operações agrícolas (mão-de-obra, gradagens, adubação, semeadura, aplicações, colheita, dessecação pós-colheita e outros custos (assistência técnica, armazenamento, etc.)
“Se considerarmos as despesas com o transporte da produção (logística), temos um acréscimo de US$ 100 por tonelada, o que torna os nossos custos de produção os mais altos do mundo”, aponta o diretor executivo da Aprosoja, Marcelo Duarte Monteiro. Outra variável de peso na composição dos custos são os fertilizantes.
Em uma comparação com outros países produtores, ele diz que nos Estados Unidos os sojicultores desembolsam US$ 61 por hectare em fertilizantes e, na Argentina, os gastos não passam de US$ 38.
“No caso de Mato Grosso, os elevados custos são motivados pelo item fertilizante e, principalmente, pela deficiente estrutura de logística, que consome em torno de 30% de todos os custos da lavoura” (dentro e fora da fazenda), salienta Monteiro.
Segundo ele, no ano passado os custos foram os maiores da história e, em 2010, os produtores vão precisar de um patamar de preços bastante alto pago à saca da soja para tornar a atividade viável.
Os preços atuais, na região de Sorriso – município com a maior área destina à soja do mundo, 600 mil hectares - (460 quilômetros ao norte de Cuiabá), giram atualmente em torno de US$ 15 a US$ 16. “Por enquanto, o cenário apresenta um empate entre custos e preços no próximo ano”. (Veja quadro ao lado)
CAMPO VERDE – De acordo com levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) – órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) -, a região de Campo Verde (139 quilômetros ao sul de Cuiabá) é a que apresenta os custos mais elevados de produção para a cultura da soja em Mato Grosso.
Na região, o custo por hectare é de R$ 1.725,81. Os insumos respondem por R$ 881,24, sendo R$ 377,53 com fertilizantes, R$ 338,46 com defensivos e R$ 165,25 com sementes.
Os custos com operações agrícolas chegam a R$ 179,44 e, os custos fixos, R$ 307,34. Outros custos participam com R$ 357,99 na planilha final.
Na lista das quatro regiões onde plantar soja é mais caro em Mato Grosso, aparecem também Sapezal, noroeste estadual (R$ 1.606,59), Sorriso (R$ 1.575,10) e Diamantino, no médio norte (R$ 1.526,29). Nessas quatro regiões, o custo médio é de R$ 1.608,44, ou seja, 14,85% a mais que a média estadual de R$ 1,4 mil.
PLANTIO – A Aprosoja/MT informa que cerca de 85% das lavouras de soja em Mato Grosso já estão com o plantio concluído. Em algumas regiões – como no oeste e médio norte do Estado – há necessidade de replantio da variedade precoce. Segundo Marcelo Monteiro, o replantio não deverá chegar a 5% da área coberta com soja no Estado.
De acordo com estimativas dos produtores, a variedade precoce representa cerca de 30% de todo o plantio de soja, em Mato Grosso, na safra 2009/10.
Levantamento da Aprosoja indica que na última safra a variedade precoce ocupou uma área de 1,71 milhão de hectares, 30% do total cultivado pelos agricultores mato-grossenses, 5,71 milhões de hectares. A produção chegou a 5,31 milhões de toneladas. Para este ano, a variedade deverá ocupar cerca de 1,80 milhão de hectares.