Soja - Ataque das pombas prejudica lavouras de soja de São Paulo
Data:
26/11/2009
O ataque de pombos preocupa produtores de soja de São Paulo. Foi o que contou a bióloga Rita de Cássia Ghedinias. Ela escreveu para o Globo Rural contando que na região centro-oeste do Estado os agricultores estão tendo muito prejuízo com as aves.
Tiros de rojão, buzinaços com motos e bate-latas. Com essas armas os produtores de soja de FLorínia, no interior de São Paulo, estão lutando com uma ave que acata o cultivo de grão.
É preciso ficar de olho. A ave, conhecido na região como pomba amargosa, ataca a plantação quando a soja está germinando. Elas pousam na plantação, comem o broto e deixam apenas o toco, evitando que a planta se desenvolva. O ataque ocorre entre o segundo e o quinto dia depois do plantio da soja.
Há mais de dez anos a agricultora Silvia Coda sofre com a pomba. Ela plantou 67 hectares de soja e já gastou mais de dez mil reais para espantar as aves. Além disso, aumentou o número de sementes plantadas no mesmo metro quadrado. É mais um gasto na produção. “A gente tem que dobrar o número de semente por metro quadrado já contando com o ataque das pombas. Mesmo assim, colocar o pessoal que espanta para poder tirar alguma coisa”, disse.
O agricultor Santos Cicliato Neto ainda está plantando a soja, mas já sabe o que irá enfrentar. O inimigo já sobrevoa a área e em três dias pousará para comer a planta. Por isso, ele começou a montar o exército contra a praga. A previsão é de muito barulho pela propriedade. “Eu pretendo contratar mais uns dez para poder fazer essas áreas finais, que da muito mais pombas”, disse.
Só na terra do seu Santos a amargosa terá 190 hectares para se alimentar. Na lavoura o plantio foi feito há cinco dias. E a soja está no estágio perfeito para as aves. O que facilita o ataque dos pombos é a proximidade entre o alimento e o local onde eles procriam.
“Essa pomba tem grande capacidade de reprodução e a melhor condição é quando ela associa uma condição de alimentação abundante, no caso na região da soja, do milho e do arroz, e um lugar de reprodução”, explicou o agrônomo Hugo de Souza Dias.
Hugo estudou o ataque dessas pombas por 14 anos. O especialista ressalta que a melhor forma de amenizar as perdas é espantar as aves nos dias em que elas vão buscar o alimento.
A pomba amargosa é um animal silvestre. Por isso, é protegido por lei. A captura e a caça da ave são consideradas crime.