Geral - Governo promete liberar hoje verba para agricultura
Data:
30/11/2009
As medidas anunciadas pela ministra Dilma Rousseff no sábado para apoiar produtores prejudicados pelo excesso de chuva no Estado estarão disponíveis a partir de hoje. As ações têm como foco a agricultura familiar e preveem perdão a dívidas de 31.375 contratos do Pronaf da safra 2009/2010, no valor de R$ 150 milhões. "Eles estão cobertos pelo seguro, não pagarão nada e receberão 65% da renda bruta esperada", explicou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. Outros R$ 25 milhões em débitos serão prorrogados para o final dos prazos. Produtores que tiverem custeio e investimento poderão ser beneficiados pelas duas medidas. Cassel destacou que R$ 5 milhões ainda serão realocados do orçamento do Incra de outros estados para atender os assentados da reforma agrária no Rio Grande do Sul. Do valor, R$ 1,5 milhão devem ser destinados para a reconstrução de estradas na Zona Sul. Apenas para Livramento serão R$ 400 mil.
Segundo Cassel, a definição entre os ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário sobre recursos para AGF de trigo deve sair hoje. "Ainda estamos fazendo levantamento para destinar entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões para a aquisição de feijão do RS", informou o ministro. Segundo cálculos da Fetag seriam necessários entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões caso os preços não reajam no mercado normal. Ainda fica em aberto a promessa de Dilma de submeter ao CMN crédito de R$ 100 mil por produtor com juros de 0,5% e 3 anos de carência.
Conforme Cassel, não estão descartados outros aportes. "Na agricultura, às vezes as consequências aparecem mais tarde", ponderou.
Apesar de os anúncios estarem voltados à agricultura familiar, o presidente da Fetag, Elton Weber, salientou que ainda é preciso analisar sua implementação. "É importante como uma declaração de ajuda, mas precisamos ver como será na prática. Muitas vezes, a burocracia faz com que a aplicação demore." Ele observou que não ficou claro como será o perdão aos débitos e a prorrogação. "Não estamos desmerecendo as medidas, mas precisamos de crédito para recuperar o que foi perdido", acrescentou.
O secretário da Agricultura, João Carlos Machado, salientou que o mais importante é a comitiva de ministros ter garantido que não faltarão recursos. No entanto, ele disse que as ações deveriam ser estendidas para todos os produtores. "Foi muito justo para a agricultura familiar, mas entendo que tem que ser para quem teve perdas." O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, aguarda visita do ministro Reinhold Stephanes nesta semana, e espera novas medidas.