Milho - Câmbio continua sendo o maior fator de risco ao mercado do milho
Data:
04/12/2009
Frente a um ótimo volume de 1 milhão toneladas de milho embarcadas ao mercado externo pelo Brasil em novembro, o mercado futuro na BM&F consegue um segundo dia de recuperação. Atualmente o mais negociado, o contrato de janeiro/10 oscilou nesta quinta-feira ao redor de R$ 19,83 a saca(Campinas/SP), em alta de quase 1%. O valor é o melhor dos últimos oito pregões, mas ainda está longe de sinalizar uma mudança de rumos no mercado brasileiro. O mercado futuro no Brasil e nos EUA continua sinalizando uma remuneração aos produtores em 2010 praticamente limitada aos atuais níveis. O destaque desta quinta-feira é que o câmbio voltou a assustar, atingindo no início da manhã uma mínima de R$ 1,704 de dólar, ameaçando romper negativamente a barreira de R$ 1,7. Com as condições climáticas favorecendo as lavouras brasileiras, uma queda do dólar certamente seria ainda mais drástica ao futuro do mercado do milho. Isto porque no âmbito externo os preços enfrentam maior resistência a novas altas.
O mercado em Chicago recuou ontem pelo terceiro pregão consecutivo, com o contrato de março de 2010 a US$ 159,06 (- 0,49%), no menor nível dos últimos seis pregões. A paridade nos portos brasileiros fica estimada a somente R$ 17,15 a saca FOB. Sem a intervenção da CONAB, esta paridade poderá manter os preços domésticos do milho em níveis muito baixos a partir do início das colheitas da 1ª safra. Obviamente que o impacto negativo será maior se o dólar romper negativamente a barreira de R$ 1,7. Em um contexto de poucas novidades, os operadores no mercado externo receberam ontem mais um relatório semanal de exportações nos EUA. Até o momento, as exportações de milho no país somam um montante 10% superior ao mesmo período da safra passada, abaixo ainda da projeção oficial de 13% para o decorrer de toda a temporada 2009/2010. Contribui com a sustentação do mercado em Chicago o fato de que as colheitas nos EUA continuam muito atrasadas e com chances de não atingir o potencial esperado para este ano.
A análise de mercado de milho é produzida diariamente pela Gerência de Estudos Técnicos e Econômicos da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG).
Fonte: FAEG - Federação da Agricultura do Estado de Goiás