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Clima - El Niño exige maior combate à ferrugem
Data: 08/12/2009
 
Com menos de 5% da área de soja por semear, os produtores intensificam o monitoramento da ferrugem asiática, que chegou mais cedo neste ano e deve se expandir rapidamente nas lavouras paranaenses. Conforme balanço do Sistema de Alerta do Consórcio Antiferrugem da Embrapa Soja, o estado já contabiliza nove focos da doença nesta safra, três deles em lavouras comerciais. Nesta mesma época de 2008, havia apenas três casos, nenhum em área comercial.

Coordenadora do Consórcio, a pesquisadora Cláudia Godoy explica que as chuvas associadas ao fenômeno El Nino criam condições ideais para a disseminação da doença e, por isso, os ataques do fungo Phakopsora pachyrhizi devem ser mais severos no ciclo 2009/10. Consequentemente, o número de aplicações de fungicidas para combate à ferrugem tende a aumentar. Nas últimas temporadas, o controle químico da ferrugem exigiu dos produtores paranaenses em média duas aplicações por safra, conforme dados da Embrapa Soja.

Apesar de representar custo, o controle deve ser feito cuidadosamente porque diminui a possibilidade de perdas na colheita, recomenda Ivan Schuster, pesquisador da área de biotecnologia da Coodetec em Cascavel. "Já tem soja florescendo no Oeste do estado e, a partir dessa fase, aumenta a probabilidade de ocorrência da ferrugem. O produtor deve ficar atento, fazer o controle químico no momento correto para evitar prejuízos", concorda Cláudia.

O El Niño favorece a ferrugem, mas traz muito mais benefícios do que problemas, considera Paulo Etchichury, meteorologista do Instituto Somar. "Contra a falta de chuva não há remédio. Então, que venha a ferrugem, porque a doença o produtor pode controlar."

Quando a ferrugem apareceu no Brasil, na safra 2001/02, seu potencial de risco era desconhecido. "Apesar do número de focos ser crescente a cada safra. Agora os casos aparecem, mas não evoluem", afirma Schuster.

No Oeste do Paraná, que planta soja mais cedo e já registrou casos de ferrugem neste ano, o controle da doença exige cuidados imediatos, segundo os especialistas. As lavouras plantadas no início de outubro estão em frutificação, fase em que as plantas ficam mais suscetíveis ao ataque do fungo. Ano passado, duas aplicações de fungicidas bastaram.

"A severidade da doença depende do clima. Lavouras de ciclo mais longo podem precisar de até quatro aplicações de fungicida neste ano", estima Marcelo Martins Pereira, coordenador do departamento técnico da Agrícola Campele, revenda de insumos de Guarapuava, nos Campos Gerais. Na safra anterior, foi necessária uma aplicação a menos.

Fonte: Gazeta do Povo
 
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