Um seguro que garanta cobertura da propriedade como um todo e a ampliação de mecanismos de renda que assegurem o preço mínimo são os principais desafios da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS) para 2010. Os agricultores familiares encerram este ano com defasagem de preço de até 50% em algumas culturas como o feijão. O produtor está recebendo R$ 40,00 pela saca, que tem preço de R$ 80,00 pela Política de Garantia de Preço Mínimo (PGPM) do governo federal. O mesmo vale para o trigo, embora em menor escala. O valor da saca está em R$ 21,00 no RS contra um preço mínimo de R$ 26,40. Por isso, a Fetag espera apoio à comercialização de produtos a partir de janeiro. Ao classificar 2010 de "preocupante", o presidente da federação, Elton Weber, alerta para o risco de comprometimento da renda a partir do segundo semestre, quando começa a vencer a primeira leva de financiamentos do Mais Alimentos, que, ao subsidiar a compra de tratores, provocou uma corrida às concessionárias. O programa manteve empregos na indústria de máquinas agrícolas e modernizou parte da frota nas propriedades, algumas além do necessário. Para evitar que isso aconteça, a Fetag tem orientado produtores e técnicos que assessoram às famílias a fazer uma análise de sua real necessidade de renovação. "É o Mais Trator. Esperamos que não seja o Mais Encrenca", disse ao lembrar que não quer a repetição de cenas do passado, quando depósitos acumulavam máquinas tomadas pelos bancos de inadimplentes.
PLEITOS DOS PEQUENOS AGRICULTORES
O Programa Merenda Escolar foi apontado como uma chance de melhora de renda para os agricultores que terão pela frente o desafio de organizar a produção e a logística de entrega para que a operação ocorra de forma prática, sem burocracia.
A Fetag considera que houve avanços no debate ambiental, mas ressaltou que a discussão tem de ocorrer ainda no primeiro semestre do ano sob pena de se chegar a dezembro de 2011 na mesma situação de ilegalidade em que os produtores se encontravam em 11 de dezembro, prazo para averbação de reserva legal nas propriedades.
Os produtores esperam que o efeito climático sobre a safra de fumo possa ajudar a negociação de preços, mesmo que qualidade seja afetada. Com as mudanças no clima, o diretor da Fetag Amauri Miotto cogita se não seria a hora de começar a pensar em mudanças no sistema mutualista que indeniza somente perdas por granizo, mas não por chuvas, como as de novembro que devem fazer desta safra a pior dos últimos dez anos no Rio Grande do Sul.
O ano também termina com integrados da Doux Frangosul à espera de redução do prazo de pagamento. A expectativa da Fetag é que, amanhã, todos os produtores estejam recebendo com periodicidade de 40 dias após a entrega dos lotes. Há meses, os pagamentos são feitos com intervalo entre 50 e 70 dias.
Entre os pontos positivos de 2009, os diretores citaram o programa de melhoramento genético em parceria com a Fepagro, a redução dos custos produtivos, o seguro para as operações de investimento e pecuária familiar e o aumento de 95 para 115 dos municípios onde houve acordo coletivo para funcionários de propriedades rurais, com correção de 9% nos salários, índice acima da inflação.
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Um seguro que garanta cobertura da propriedade como um todo e a ampliação de mecanismos de renda que assegurem o preço mínimo são os principais desafios da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS) para 2010. Os agricultores familiares encerram este ano com defasagem de preço de até 50% em algumas culturas como o feijão. O produtor está recebendo R$ 40,00 pela saca, que tem preço de R$ 80,00 pela Política de Garantia de Preço Mínimo (PGPM) do governo federal. O mesmo vale para o trigo, embora em menor escala. O valor da saca está em R$ 21,00 no RS contra um preço mínimo de R$ 26,40. Por isso, a Fetag espera apoio à comercialização de produtos a partir de janeiro. Ao classificar 2010 de "preocupante", o presidente da federação, Elton Weber, alerta para o risco de comprometimento da renda a partir do segundo semestre, quando começa a vencer a primeira leva de financiamentos do Mais Alimentos, que, ao subsidiar a compra de tratores, provocou uma corrida às concessionárias. O programa manteve empregos na indústria de máquinas agrícolas e modernizou parte da frota nas propriedades, algumas além do necessário. Para evitar que isso aconteça, a Fetag tem orientado produtores e técnicos que assessoram às famílias a fazer uma análise de sua real necessidade de renovação. "É o Mais Trator. Esperamos que não seja o Mais Encrenca", disse ao lembrar que não quer a repetição de cenas do passado, quando depósitos acumulavam máquinas tomadas pelos bancos de inadimplentes. 