Boi Gordo - Abiec projeta recuperação das exportações de carne
Data:
23/12/2009
A retomada dos preços das commodities deve levar o Brasil a um aumento de 10% a 20% no valor exportado de carne bovina em 2010. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Giannetti da Fonseca, o crescimento garantirá ao país a remessa de até 4,9 bilhões de dólares em cortes. O otimismo vem depois de um 2009 difícil, que começou com preço médio de 3 mil dólares por tonelada. No segundo semestre, os preços voltaram a reagir, chegando a 3,5 mil dólares por tonelada em dezembro, mas ainda abaixo dos 4 mil dólares por tonelada de 2008. "Começamos 2010 com muito otimismo porque entramos com retomada de preços e perspectiva de continuar como um grande exportador mundial." Além disso, o dirigente avalia que, com a mudança de cenário, a situação melhora para os frigoríficos, que terão lucratividade, mais volume de produção e de exportação e, consequentemente, poderão gerar mais empregos.
Segundo balanço anual divulgado ontem pela Abiec, as exportações devem fechar o ano com 4,1 bilhões de dólares, recuo de 22% sobre os 5,3 bilhões de dólares exportados em 2008. A estimativa é somar embarques de 1,92 milhão de toneladas, queda de 11% sobre o volume de 2,16 milhões de t de 2008. "Com a crise internacional, caiu a demanda, caiu o volume e caíram drasticamente os preços", observa Fonseca.
No Rio Grande do Sul, o ano não foi diferente. De acordo com o diretor executivo do Sindicato da Indústria de Carne e Derivados no RS (Sicadergs), Zilmar Moussalle, 2009 ficou aquém do esperado. Ele explica que a estimativa era exportar 120 mil toneladas, e o fechamento deve ser 83 mil toneladas. "Dólar baixo e mercado interno em alta geraram esses resultados."
A redução das emissões de gases do efeito estufa também entra na pauta da pecuária para 2010. A Abiec pretende incentivar os produtores a melhorarem a qualidade dos pastos. "Pastagens hoje degradadas, se receberem um investimento adequado e tratamento de solo, terão o ciclo de produção do gado bastante reduzido, talvez de nove meses a um ano. Com isso, melhora a questão ambiental, com menor custo e maior produtividade da nossa pecuária", afirmou Fonseca.