A assistência técnica e a extensão rural gaúchas terão reforço de caixa em 2010, embora a previsão de orçamento seja inferior às tentativas de negociação efetuadas no segundo semestre de 2009. Segundo o presidente da Emater, Mário Nascimento, o governo estadual garantiu adicional de R$ 8,7 milhões, elevando o repasse do Executivo gaúcho à empresa para R$ 92,7 milhões, o primeiro reajuste desde 2007 e uma espécie de prêmio de consolação após a rejeição de emendas que totalizavam R$ 26 milhões. O valor está abaixo dos R$ 110 milhões que a Emater havia pedido para desenvolver seu trabalho neste ano, mas Nascimento aposta no fechamento de novos convênios e na implementação da Lei Geral das Ater para impulsionar os recebimentos, projetados em R$ 138 milhões considerando todas as fontes de receita do próximo ano.
Novas contratações dependem da evolução do orçamento. Diagnóstico fechado antes do Natal pelas regionais da Emater apontou que as 122 contratações feitas em 2009 foram insuficientes para corrigir deficiências de atendimento a campo. Segundo o estudo, são necessários mais cem técnicos; porém, não há previsão de quando isso irá ocorrer. Um dos convênios não contabilizados na projeção de receita será assinado com a Secretaria de Meio Ambiente e a Fepam. A Emater fará a orientação técnica ambiental em propriedades rurais de até quatro módulos fiscais, que receberão certificação. O custo será pago pela iniciativa privada que solicitar o serviço. Outras parcerias estão a caminho, uma delas envolvendo a Secretaria da Saúde. "É um namoro, um processo. Não é de uma hora para outra que vamos conseguir recuperar", diz Nascimento, ao se referir à perda de receita com o enxugamento da verba repassada pelo Estado desde 2007, quando a empresa não teve outra saída senão diversificar a matriz orçamentária.
Muitas das empreitadas de 2010 devem se concretizar sem Nascimento, que deve deixar o cargo até 3 de abril para concorrer a deputado estadual pelo PP. Apesar de evitar especular sobre seu sucessor, ele afirma que a substituição dependerá da negociação política entre o seu partido e o PSDB, sigla a qual é filiada a diretora técnica, Águeda Mezomo.