O ano começou sob chuva forte e muito calor em todo o Estado, mantendo o padrão observado durante boa parte de 2009, que terminou como um dos mais chuvosos da história, com chuvas bem distribuídas e abundantes desde junho.
Na semana a precipitação acumulada passou de 100 milímetros em Barretos, Campinas, Jaboticabal, Presidente Prudente e São José do Rio Pardo, volume correspondente a quase metade do total esperado para janeiro.
A umidade do solo está em nível de saturação em todas as localidades - apenas Itapeva tem armazenamento abaixo do limite máximo -, indicando condições adequadas para o desenvolvimento das lavouras de milho de Presidente Prudente e Itapeva e de soja de Ituverava e Jaboticabal.
As mesmas condições que favorecem o desenvolvimento das lavouras também contribuem para a propagação de doenças fúngicas. Durante a semana, um novo foco de ferrugem asiática da soja foi diagnosticado em Guaíra.
A alta umidade do solo, associada às chuvas intensas, também favorece a erosão nas áreas em declive e sem sistematização adequada.
PASTO E CANA
O tempo úmido e quente continua favorecendo o crescimento dos canaviais de Jaú, Ourinhos, Araçatuba e Ribeirão Preto, indicando que a produtividade pode superar a expectativa especialmente nas áreas reformadas que terão o primeiro corte em 2010.
As pastagens também vêm crescendo vigorosamente, tornando a engorda do gado mais barata. A expectativa agora é a de que a cotação da arroba continue subindo.
Os seringais de São José do Rio Preto e Votuporanga têm sido favorecidos pela alta umidade do solo e pelo calor, elevando a produção de látex nesta safra.
A chuva em excesso no segundo semestre quebrou a produção de manga do noroeste paulista e atrasou o início da safra do figo na região de Campinas.
O tempo chuvoso também prejudicou a colheita do abacate em Jardinópolis; da uva em Jundiaí, Porto Feliz e Vinhedo; da banana em Juquiá e Pariquera-Açu; da lichia em Tupã e Bastos; do pêssego em Avaré; e a extração do látex nos seringais de Votuporanga e São José do Rio Preto.
*Fábio Marin é pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária. Para mais informações