Ferrugem asiática não é novidade na lavoura do agricultor Valdimar Stefanski, de Novo Machado, no noroeste do Estado. Mas mesmo que a doença tenha causado prejuízos na sua plantação de soja em 2002, nesta safra, a praga o pegou desprevenido. Em dezembro passado, quando foi alertado de que o fungo já estava instalado em sua área, metade da produção estava comprometida.
A lavoura de meio hectare atingida é de um ciclo superprecoce. Mesmo plantada no final de agosto para um teste, o Consórcio Antiferrugem classifica a área como comercial. O agricultor queria verificar a adaptação da planta, mas o fungo chegou antes que pudesse concluir a avaliação.
- Eu não reconheci a ferrugem na lavoura a tempo. Estava envolvido com o plantio das outras áreas, não pude fazer muitas vistorias - lamenta.
As vistorias frequentes que são recomendadas por técnicos não puderam ser realizadas porque o produtor estava ocupado com o cultivo dos outros 24,5 hectares, no final de novembro.
Preventivamente, já tinha aplicado na área experimental o fungicida contra a doença, quando a lavoura começara a florescer, no início de dezembro. Só que não teve efeito. Stefanski acredita que a chuva que caiu depois acabou minimizando o potencial do produto. A segunda aplicação foi feita no dia 26, quando os pontinhos escuros do fungo dominavam as folhas. Mas daí a doença já havia deixado sua marca: a planta começava a desfolhar. Agora, ele se dedica às outras lavouras de soja, não atingidas pela doença.
- Estou fazendo vistoria até três vezes por semana - ressalta.
O técnico agrícola da Cooperativa Mista São Luiz, Paulo Faleiro, foi quem desconfiou do aspecto da lavoura de Stefanski. Para salvar as folhas que ainda não tinham sido afetadas, aconselhou a aplicação do fungicida. De onde veio o fungo que afetou a lavoura do produtor, não se sabe. O vento o traz. No final de janeiro, Stefanski deve colher o que restou na área de teste e semear soja novamente.