As perdas no meio rural de Santa Cruz do Sul devido às fortes chuvas do início do ano atingem R$ 64 milhões. A informação é do coordenador da Defesa Civil no município, José Osmar Ipê da Silva, que recebeu na segunda-feira os laudos da Secretaria Municipal de Agricultura e da Emater. Os levantamentos apontam que as localidades de Monte Alverne, Pinheiral, Rio Pardinho, São José da Reserva e Carlota foram as mais atingidas.
Os maiores problemas ocorreram na produção de feijão, arroz, fumo e hortigranjeiros, com prejuízos superiores a 60% em algumas culturas. Estradas, pontes e pontilhões também ficaram danificados. É o caso do produtor Danilo Hentscke, de Linha João Alves, que perdeu boa parte das hortaliças que cultiva. A pecuária leiteira sofre com os danos nas pastagens e apresenta queda de 30% na produção. Por falta de matéria-prima, as agroindústrias familiares deixaram de envasar mais de 80 mil compotas de schmier e doces, além de conservas como milho, pepino e cebola, entre outros. "Esse prejuízo vem em dobro, porque muitas famílias ainda não haviam se recuperado dos prejuízos ocasionados pelo temporal de 7 de dezembro e agora sofrem mais esse baque", destacou o coordenador.
Ipê da Silva informou que, após concluído o levantamento dos danos com o último temporal e o de dezembro, o documento será remetido ao governo do Estado. "Nosso objetivo é captar recursos que venham a amenizar essas perdas, que juntas ultrapassam os R$ 120,4 milhões."