Mas, o mês terminou com ligeiro viés de baixa depois de uma semana de oscilações nos preços referenciais do produto no Rio Grande do Sul. A incerteza das dimensões da safra, a pressão de importações e o início da safra em algumas regiões pontuais no RS e Santa Catarina, bem como o aumento de 300 mil toneladas no estoque de passagem da Conab, causaram inquietação na última semana do mês
O mês de janeiro encerrou seus dias úteis nesta sexta-feira (29/01) acumulando alta de 9,79% nos preços da saca de arroz em casca de 50 quilos (58x10), no Rio Grande do Sul, segundo o indicador Cepea/BFMV. A cotação referencial desta sexta-feira foi de R$ 32,70. Apesar da alta, o valor é 33 centavos menor do que o alcançado na segunda-feira (25/01), de R$ 33,03 a saca. Na média semanal os preços retroagiram 0,09%, para R$ 32,90, depois de terem alcançado R$ 32,96 na semana anterior. Na semana passada, o acumulado do mês era de 10,76%, o que indica o enfraquecimento da semana.
Segundo os analistas de mercado, há uma espécie de “vício” do mercado nesta época, pois o mês de fevereiro costuma ser o de menor consumo, seja pelo menor número de dias úteis, seja pela intensificação das férias escolares e profissionais. Além disso, arrefeceu a alta do mercado de arroz a incerteza sobre as dimensões da safra no Rio Grande do Sul, com informações dissonantes do governo do estado e dos produtores. A pressão de importações também aumentou muito em janeiro, assim como a mudança que a Conab fez nas suas projeções, reduzindo o consumo e aumentando em 300 mil toneladas os estoques de passagem. O início da safra nas regiões não atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul e também em Santa Catarina, gera também outro ânimo ao mercado.
Fevereiro tende a ser o mês em que os preços internos devem alcançar o maior patamar, mas nesta primeira semana os analistas esperam um clima de expectativa. É a hora do produtor e da indústria sentir mais o mercado e ter um pouco mais de certeza sobre as dimensões da safra gaúcha. Com a Emater/RS e o Irga prevendo uma produção significativa, apesar das perdas pontuais, dá pra prever um estoque ajustado, mas não de forma tão crítica como chegou a ser esperado. Afora isso, a dimensão dos estoques privados não é de conhecimento da Conab ou qualquer órgão público, que estão se baseando em “projeções de mercado”. A indústria considera essa informação estratégica. E não divulga.
No mercado “livre”, as cotações variaram de R$ 32,00 a R$ 33,00 na maioria das praças do Rio Grande do Sul. As variedades nobres oscilaram entre R$ 35,50 e R$ 38,00 no Litoral Norte gaúcho.
BENEFICIADO Os preços do arroz beneficiado mantiveram relativa estabilidade esta semana, pouco refletindo as oscilações do casca, que devem repercutir só a partir da próxima semana. O preço médio do fardo de 30 Kg de arroz tipo 1 no atacado, em São Paulo, oscila entre R$ 44,50 e R$ 45,50. PREÇOS
A Corretora Mercado, de Porto Alegre (RS) indica queda nos preços do arroz esta semana no mercado livre gaúcho, de R$ 33,00 para R$ 32,50 para a saca de arroz em casca de 50 quilos. O arroz beneficiado, em sacas de 60 quilos (tipo 1) acompanhou a queda e desvalorizou 50 centavos para R$ 65,50. Entre os derivados, o canjicão manteve cotação de R$ 30,50, a quirera R$ 22,00 e a tonelada do farelo de arroz seguiu em R$ 245,00.