Geral - Vinicultores pressionam contra tarifa zero do Chile
Data:
08/02/2010
Tema será tratado na quarta-feira em reunião da câmara setorial
CLAUDIO MEDAGLIA JUNIOR
Reunião da Câmara Setorial da Viticultura, Vinhos e Derivados marcada para quarta-feira, em Brasília, deverá reacender os esforços do setor para contornar um problema que se agrava há cinco anos. A intenção é convencer o governo federal a encampar a ideia de questionar acordo firmado pelo Mercosul há mais de uma década com o Chile, que prevê redução progressiva da tarifa de importação de vinhos finos. Pelo Acordo de Complementação Econômica n 35, o produto daquele país passou a ser colocado nos mercados do Mercosul, em 2005, com taxa de 27%. Hoje o percentual é de 4,59%, 83% menor, e deverá cair a zero em 2011.
A situação é preocupante, diz o diretor executivo do Ibravin, Carlos Paviani. "Hoje, o mercado é diferente. Se os termos não forem revistos, o risco para os investimentos feitos pelo setor no Brasil será muito grande." Segundo o dirigente, as alternativas para o caso seriam fruto de ampla negociação com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Uma opção seria a abertura de novos nichos de mercado para o Chile como compensação. "Eles exportam poucos produtos para cá. A balança comercial é muito favorável ao Brasil", acrescenta.
Somente no ano passado, o Brasil importou 22,5 milhões de litros de vinho fino chileno. O produto representa 40,17% dos 56 milhões de litros importados em 2009 e é 34% maior do que toda a venda do produto nacional, de 16,8 milhões de litros. Segundo o diretor executivo da Agavi, Darci Dani, ainda que o vinho nacional tenha ampliado em 7% o volume de vendas no ano passado, há necessidade de seguir crescendo. A meta para 2010 é ampliar a fatia do vinho brasileiro no mercado interno, hoje de 23% do total.