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Soja - Basf e Embrapa "engrossam" disputa em sementes de soja resistentes a herbicida
Data: 08/02/2010
 
A hegemonia da americana Monsanto no mercado de soja transgênica resistente a herbicidas no país está próxima do fim. A partir da safra 2011/12, a alemã Basf e a brasileira Embrapa entrarão juntas na briga por este mercado, com a intensão de abocanhar de 15% a 20% da área total cultivada com soja geneticamente modificada.


Hoje, dos pouco mais de 23 milhões de hectares plantados com soja no Brasil, 15 milhões são de variedades transgênicas. Dessa área, 100% é semeada com a tecnologia "Roundup Read", patenteada pela multinacional americana e a única até agora liberada comercialmente para ser utilizada.


"Esse é o primeiro produto geneticamente modificado da Basf liberado comercialmente no mundo e foi integralmente desenvolvido no Brasil, em parceria com a Embrapa. É um sistema alternativo aos encontrados atualmente", diz Walter Dissinger, vice-presidente da divisão de Proteção de Cultivos para América Latina da Basf.


A companhia ainda não definiu a política de cobrança dos royalties. De qualquer forma, os recursos recolhidos a partir do uso da tecnologia serão divididos meio a meio entre Embrapa e Basf. "Foi uma parceria de sucesso e estamos discutindo outras, inclusive com a Basf", afirma Pedro Arraes, diretor-presidente da estatal brasileira.


Apesar do foco no mercado brasileiro, tudo indica que a nova soja, que leva a tecnologia "Cultivance", será encontrada nos demais países da América do Sul. Segundo Dissinger, a empresa já está negociando contratos com produtores de sementes argentinos e pretende chamar os agricultores do país para avaliar a melhor forma de cobrança de royalties. Tudo para evitar os mesmo conflitos enfrentados pela concorrente Monsanto.


Demorou dez anos entre o desenvolvimento da nova tecnologia e a liberação comercial no Brasil, concedida pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em dezembro de 2009. Nesse período, os investimentos foram de US$ 20 milhões. Na parceria entre as duas empresas, a Basf ficou responsável pelo isolamento do gene e desenvolvimento da tecnologia, enquanto a Embrapa a inseriu nas variedades de sementes soja, realizou os testes de campo e gerou mais de duas mil plantas até chegar à "planta-mãe".


Enquanto a Embrapa se encarrega de multiplicar as sementes para entrar no mercado na safra 2011/12, a Basf segue os trâmites jurídicos para que os principais importadores de soja do Brasil reconheçam a tecnologia. Na China, por exemplo, o processo de regulamentação exigem estudos de campo em solos chineses. "Estamos trabalhando com os importadores para complementar a regulamentação. Esperamos concluir esse processo ainda em 2010", afirma Luiz Louzano, gerente de biotecnologia da Basf.

Fonte: A hegemonia da americana Monsanto no mercado de soja transgênica resistente a herbicidas no país está próxima do fim. A partir da safra 2011/12, a alemã Basf e a brasileira Embrapa entrarão juntas na briga por este mercado, com a intensão de abocanhar de 15% a 20% da área total cultivada com soja geneticamente modificada.


Hoje, dos pouco mais de 23 milhões de hectares plantados com soja no Brasil, 15 milhões são de variedades transgênicas. Dessa área, 100% é semeada com a tecnologia "Roundup Read", patenteada pela multinacional americana e a única até agora liberada comercialmente para ser utilizada.


"Esse é o primeiro produto geneticamente modificado da Basf liberado comercialmente no mundo e foi integralmente desenvolvido no Brasil, em parceria com a Embrapa. É um sistema alternativo aos encontrados atualmente", diz Walter Dissinger, vice-presidente da divisão de Proteção de Cultivos para América Latina da Basf.


A companhia ainda não definiu a política de cobrança dos royalties. De qualquer forma, os recursos recolhidos a partir do uso da tecnologia serão divididos meio a meio entre Embrapa e Basf. "Foi uma parceria de sucesso e estamos discutindo outras, inclusive com a Basf", afirma Pedro Arraes, diretor-presidente da estatal brasileira.


Apesar do foco no mercado brasileiro, tudo indica que a nova soja, que leva a tecnologia "Cultivance", será encontrada nos demais países da América do Sul. Segundo Dissinger, a empresa já está negociando contratos com produtores de sementes argentinos e pretende chamar os agricultores do país para avaliar a melhor forma de cobrança de royalties. Tudo para evitar os mesmo conflitos enfrentados pela concorrente Monsanto.


Demorou dez anos entre o desenvolvimento da nova tecnologia e a liberação comercial no Brasil, concedida pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em dezembro de 2009. Nesse período, os investimentos foram de US$ 20 milhões. Na parceria entre as duas empresas, a Basf ficou responsável pelo isolamento do gene e desenvolvimento da tecnologia, enquanto a Embrapa a inseriu nas variedades de sementes soja, realizou os testes de campo e gerou mais de duas mil plantas até chegar à "planta-mãe".


Enquanto a Embrapa se encarrega de multiplicar as sementes para entrar no mercado na safra 2011/12, a Basf segue os trâmites jurídicos para que os principais importadores de soja do Brasil reconheçam a tecnologia. Na China, por exemplo, o processo de regulamentação exigem estudos de campo em solos chineses. "Estamos trabalhando com os importadores para complementar a regulamentação. Esperamos concluir esse processo ainda em 2010", afirma Luiz Louzano, gerente de biotecnologia da Basf.

Fonte: Valor Econômico
 
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