Geral - Crescimento gaúcho é um dos menores do País
Data:
12/02/2010
De 2000 a 2009, a média da evolução anual ficou abaixo da taxa nacional
A média de crescimento da economia gaúcha entre 2000 e 2009 foi uma das piores entre os estados brasileiros. No período, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul cresceu a uma média anual de 2,4%. Apenas Rio de Janeiro e Alagoas obtiveram desempenhos inferiores. De acordo com a Carta de Conjuntura da Fundação de Economia e Estatística (FEE), o mais promissor foi Mato Grosso, onde a agricultura levou a um crescimento médio de quase 7% ao ano. O PIB per capita do Estado valia R$ 18.771 ao final de 2009, um aumento real de 19% em relação ao de 2000. É um dado melhor que o verificado nos anos 1990, quando a taxa de crescimento foi de apenas 7,2%.
A evolução da economia gaúcha foi inferior à média nacional, de 3,3%. Como consequência, a participação do Estado no PIB brasileiro caiu de 6,9% no final dos anos 1990 para 6,3% em 2009. Este peso já foi de 7,3% em 2003, mas as sucessivas quebras de safras e as dificuldades da indústria voltaram a puxar o indicador para baixo.
Em alguns anos, como 2006 e 2007, o crescimento superou o nacional devido a bons resultados nas safras, mas, na maior parte dos anos, o Rio Grande do Sul inflou menos que o País. O ano de maior alta foi 2007, quando o PIB cresceu 6,5%, e o de maior baixa, 2005, quando a estiagem levou a uma queda de 2,8%.
"Pode-se dizer que a indústria de transformação foi a grande vilã dos resultados do Rio Grande do Sul na década, ao crescer em média 1,3%", observa o economista da FEE, Martinho Lazzari.
O setor apresentou três quedas na última década. Em 2005 e 2006, afetada pelos maus negócios no campo, a indústria caiu 5,2% e 2,6%, respectivamente. No ano passado, com a crise internacional e a redução da demanda externa, a baixa foi de 9,3%. "A indústria gaúcha sofre mais que a brasileira em períodos de baixa demanda internacional e dólar desvalorizado devido às suas características exportadoras", lembra Lazzari.
Alguns setores em particular têm apresentado bruscas retrações nos últimos anos. É o caso do calçadista, com queda média anual de 6,5%. Os setores de bebidas e móveis também registraram sucessivas baixas. Em sentido inverso, inflaram as áreas de papel e celulose (3,3%), máquinas e equipamentos (5,9%) e veículos automotores (9,5%).
A agropecuária cresceu acima dos demais setores da economia, ao evoluir em média 3,8% ao ano. Os negócios no campo têm oscilado anos ruins com anos de recuperação, e teve seu pior momento em 2005 (-17,4%) e o melhor em 2006 (50,1%). Foram cinco anos de queda e outros cinco de alta no PIB. O Valor Bruto de Produção (VBP) dos cinco principais grãos (arroz, feijão, milho, soja e trigo) cresceu 71,7% na década.
O setor de serviços (2,6%) acompanhou a média geral, enquanto que o serviço de construção civil inflou 2%, com as principais altas nos últimos dois anos.