Arroz - Plantio em parceria pode ajudar a expandir mercado
Data:
17/02/2010
Por enquanto, esse tipo de arroz ainda depende da disponibilidade de sementes e de uma abertura maior do mercado. O produtor José Francisco Ruzene sabe disso, mas aposta na consolidação de um polo produtor em Pindamonhangaba, fazendo parcerias. "Não dá para ter todas as variedades numa propriedade só, por isso cada parceiro vai cuidar do cultivo de uma delas", afirma.
Em parceria com cinco produtores, ele fornece a semente, faz a colheita, transfere tecnologias e garante a compra da produção.
O produtor Armando Sato, por exemplo, acha a parceria uma alternativa interessante. Nos próximos dias vai colher sua primeira safra de arroz preto. "Ainda é um plantio experimental, mas temos boas expectativas", afirmou. São 20 hectares e a expectativa é colher 60 toneladas de grãos. Para o ano que vem, Sato deve manter a mesma área.
Outro parceiro, Edilberto Ruzene, cultiva arroz preto numa área de 5 hectares localizada na Colônia do Piagui, em Guaratinguetá, tradicional reduto de arroz agulhinha. "É uma cultura ideal para pequenas propriedades", afirma. Esta será a sua quarta safra, com previsão de colheita de 15 toneladas de grãos.
A maior complicação, segundo Edilberto, é a facilidade que o arroz tem de acamar, pois tem os caules fracos. "Isso causa alguma perda", afirma. O produtor quer expandir a lavoura para a próxima safra, mas para isso depende de arrumar terras para serem arrendadas.
PALADAR
Chicão sabe que para ampliar o mercado precisa mudar hábitos alimentares e, nesse caso, a ajuda de chefs de cozinha é muito bem vinda. Na semana passada, por exemplo, o renomado chef brasileiro Alex Atala lotou o espaço reservado para um workshop sobre o arroz preto, durante a festa da 1ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz do Vale do Paraíba, ocorrida em Guaratinguetá.
Outro chef, o catarinense Emerson Mueller, também aderiu às variedades exóticas. "Quebrou-se o mito de que esse tipo de arroz não é prático. Ele combina com vários ingredientes", afirma o chef.
Para Mueller, o arroz preto desperta o sabor e agrega valor pelas suas qualidades nutricionais. Por isso, o arroz preto já é bem conhecido e o vermelho está no mesmo caminho. "Se o produtor não diferenciar seu produto, nós, aqui do outro lado da mesa, também ficamos sem novidades para levar ao público", afirma o chef.