Entre as vantagens apontadas por especialistas, estão rentabilidade maior e redução de custo Impulsionado pelo crescimento na adoção de sementes transgênicas entre os produtores de soja e milho, o Brasil superou a Argentina e chegou pela primeira vez à segunda posição no ranking mundial de cultivo de transgênicos no mundo, atrás apenas dos EUA.
O salto brasileiro foi garantido pela alta de 35,4% na área plantada com cultivares geneticamente modificados, na comparação com 2009, chegando a um total de 21,4 milhões de hectares. Foi a maior alta entre os 25 países produtores englobados pelo levantamento divulgado ontem pelo Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia e pelo Conselho de Informações Sobre Biotecnologia (CIB).
Para a diretora executiva do CIB, Alda Lerayer, o maior cultivo de transgênicos deve dar mais força à agricultura brasileira. No mercado interno, com o aumento da rentabilidade das lavouras, já que a tecnologia garante reduções de custos. E, para os exportadores, porque o produtor pode continuar lucrando mesmo quando as cotações internacionais caem.
- É um impulso porque a margem de lucro que os agricultores têm no país é pequena, pois não existe subsídio - comemora a diretora executiva do CIB.
Alécio Maroscica, representante da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil na Câmara Setorial de Insumos Agropecuários do Ministério da Agricultura, acredita que o crescimento deve continuar nos próximos anos, com avanço anual entre 10% e 15% na área plantada.
- A transgenia veio para ficar. No milho, o custo é até 30% menor - diz o dirigente.
A principal contribuição para o desempenho veio do milho. A área com variedades modificadas subiu 400%, atingindo 5 milhões de hectares. A soja teve crescimento expressivo: 14%, chegando a 16,2 milhões de hectares. Mas a Argentina também deu uma certa ajuda para a evolução brasileira. Isso porque o país vizinho, acrescentou Alda, praticamente não tem mais como ampliar suas áreas de plantio.