Café - Exportação de café cresce em receita, mas desacelera em volume
Data:
09/03/2010
As exportações brasileiras de café no mês de fevereiro foram de 2.228.371 sacas, representando um decréscimo de 15% no volume vendido em relação ao mesmo período do ano passado (2.624.655), segundo dados do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). No entanto, apesar da queda no volume, a receita obteve um ganho de 1,1% quando comparada a fevereiro do ano passado, atingindo US$ 361 milhões.
De acordo com Guilherme Braga, diretor-geral do Cecafé, o ganho de receita obtido no mês passado deve-se à valorização gradual do café no pós-crise. No final de 2008, o preço do produto chegou a 1,07 centavo de dólar por libra-peso. Atualmente, o grão está sendo comercializado por 1,35 centavo de dólar por libra-peso. A estimativa da Cecafé é de que os preços continuem se recuperando gradualmente.
Ainda segundo Braga, a baixa performance referente ao volume produzido em fevereiro é explicada pela bianualidade do grão: ou seja, em um determinado ano é comum haver uma safra mais fraca, devido ao esforço de produção do café, e no ano seguinte, uma produção mais forte.
"O processamento do café a céu aberto faz com que a planta atinja um nível de exaustão de um ano para o outro. Por isso, em fevereiro o volume vendido ficou abaixo do ano passado", explica Braga.
Além disso, o balanço do Cecafé inclui a participação percentual por tipo de café comercializado. Em fevereiro, o arábica respondeu por 89% de tudo que foi vendido, enquanto o solúvel ficou com 10%, e o robusta, com 1%.
No acumulado dos últimos doze meses, o País já comercializou 30.099.092 sacas, correspondentes a uma receita de US$ 4,334 bilhões.
Os cinco maiores compradores do produto nacional continuam sendo os mesmos: Alemanha, Estados Unidos, Itália, Japão e Bélgica.
A Rússia aparece como sexta colocada no ranking dos maiores compradores do café brasileiro. Entre janeiro e fevereiro, o país comprou 142.255 sacas do produto, um aumento de 203,74% em relação a 2009.
Os principais portos de embarque foram Santos, com uma participação de 75,8% no volume exportado, Vitória, com uma fatia de 11,9% , e o Rio de Janeiro, com 9,8% .
Segundo Braga, a tendência para a próxima safra, que será colhida nos meses de maio, junho e julho deste ano, deve faturar aproximadamente US$ 4,6 bilhões - com 50 milhões de sacas exportadas - ante aos US$ 4,3 bilhões atingidos no ano passado.