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Geral - Aprosoja quer antecipação dos leilões de milho para abril
Data: 30/03/2010
 
poucos dias do início da colheita do milho em Mato Grosso, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja/MT) pede agilidade do governo federal na realização dos leilões de subvenção. Este ano os produtores não querem que o problema de 2009 se repita, com produtos ficando a céu aberto por falta de armazéns. “Estamos alertando o governo desde agora para evitar o problema, já que temos previsão de uma boa safra”, adverte o presidente da Aprosoja/MT, Glauber Silveira.

Amanhã a Associação entrega ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) documento com a sugestão dos produtores. “A nossa sugestão é para que o governo federal programe leilões via Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) para cerca de oito milhões de toneladas de milho”. No ano passado, os leilões PEP (Prêmio Escoamento da Produção) contemplaram cerca de sete milhões de toneladas. “Mas [os leilões] vieram muito tarde, chegamos a ficar com mais de dois milhões de toneladas de milho ao relento. Este ano queremos antecipar os leilões para evitar prejuízos ao setor devido ao excesso de produção sem cobertura de armazenamento”.

A Aprosoja quer que o primeiro leilão do ano aconteça já no mês de abril, seguindo o movimento da colheita.

Na safra passada, 73% da produção do Estado foram subsidiados ou comprados pelo governo federal, totalizando perto de R$ 800 milhões.

A produção deste ano deve superar em cerca de 10% a safra anterior (9 milhões de toneladas), incluindo produção e estoque remanescente. Com isso, o estoque deve chegar a quase 10 milhões de toneladas.

Na avaliação dos especialistas, estoque elevado de milho no mercado não é bom porque reduz os preços e pode inibir o produtor a plantar mais na próxima safra.

“O leilão é importante para garantir os preços mínimos e evitar que o produto seja desvalorizado no mercado, sem remunerar os custos e garantir alguma margem ao produtor”, salienta Silveira.

O preço mínimo do milho estipulado pelo governo federal este ano foi R$ 13,98, setenta e oito centavos a mais que na safra 08/09 (R$ 13,20). “O governo tem um preço mínimo. A partir do momento que o produtor está produzindo e o preço de mercado está abaixo do mínimo, o governo tem de intervir para sustentar os preços ao produtor. Por isso estamos defendendo os leilões”.

IMEA - O 10° levantamento de comercialização do Imea para o milho safrinha 2008/09, mostra que 96% do cereal já foram negociados, contra 95,7% do mesmo período no ano anterior. Essa diferença parece não ser significativa, mas quando colocado em volume são 340 mil toneladas ainda a serem negociadas. O cenário se agrava quando se soma a esse volume ainda em posse dos produtores os estoques em armazéns credenciados à Conab, advindos de leilões governamentais, que eram 900 mil toneladas em 2008, e agora estão em 2,7 milhões de toneladas. Portanto, restam ainda no Estado pouco mais de 3 milhões de toneladas ocupando lugar nos armazéns. “Isto preocupa os produtores, uma vez que a capacidade de armazenagem instalada no Estado enfrenta problemas de fluxo entre estoques de soja da atual safra e o milho restante da safra anterior somado ao que entrará no mercado a partir de julho”.



Fonte: Diário de Cuiabá
 
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