Trigo - Avaliação climática se mostra favorável às culturas de inverno
Data:
06/04/2010
O clima deverá favorecer o plantio, o perfilhamento e o desenvolvimento vegetativo do trigo, especialmente no PR.
Com a diminuição do El Niño e de prognósticos de neutralidade climática a partir de junho, os cenários climáticas voltados para a agricultura são favoráveis para as culturas de inverno, em especial ao trigo, e de maiores riscos para as regiões produtoras de milho safrinha, avalia o coordenador da área de grãos da Emater-PR, Nelson Harger.
Segundo ele, precipitações e temperaturas levemente abaixo da média, porém sem estiagens para os próximos meses, favorecem o plantio, o perfilhamento e o desenvolvimento vegetativo do trigo especialmente nas regiões tritícolas de clima mais quentes como a do norte e oeste do Paraná, que tem seus plantios concentrados nos meses de abril e maio. “Frios na fase inicial do trigo nestas regiões favorecem e induzem para um melhor perfilhamento com expectativa para melhores produtividades”, frisa Harger.
Em contrapartida, alerta o especialista, nestas mesmas regiões do Paraná são avaliados para este ano maiores riscos climáticos para o milho safrinha nos plantios realizados fora do zoneamento agrícola, decorrentes do atraso do plantio da safra de soja. “Isto pela projeção de temperaturas mais baixas para os meses de abril e maio deste ano, além da possibilidade da entrada de frentes frias mais intensas em fases críticas como do florescimento ou enchimento de grãos.
Em relação aos riscos relativos às doenças do trigo, os prognósticos de chuvas próximas às médias climáticas nos meses de abril e maio, maiores irregularidades nas precipitações a partir de junho e mesmo períodos com pouca ou nenhuma precipitação para o segundo semestre são, no geral, favoráveis para a cultura. “Na fase vegetativa e com um padrão climático próximo à média, a ocorrência de doenças foliares ficam dentro da normalidade da cultura, com preocupação maior para o correto manejo e controle da ferrugem da folha” ressalta.
Outra alternativa de manejo e redução dos custos está na possibilidade da escolha de cultivares existentes no mercado com maior resistência às doenças foliares no geral. “Com relação às doenças de espigas e comparando com a safra passada, são avaliados riscos bem menores para as doenças como a bruzone e a giberela”. Isto, explica Harger, porque os cenários de enfraquecimento do El Niño e neutralidade climática deste outono-inverno são diferentes do ocorrido no ano passado, aonde o efeito do El Niño, especialmente na maior pressão sob ocorrência de doenças, causou elevadas perdas na produção de trigo no Sul do Brasil, em especial do Paraná.