Trigo - Setor espera que redução de ICMS ajude a escoar trigo
Data:
04/05/2010
O decreto que diminui de 12% para 2% o ICMS do trigo produzido no Rio Grande do Sul e vendido para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais deve sair nesta semana, após a definição do seu prazo de validade e da assinatura da governadora Yeda Crusius. A expectativa é que o benefício devolva competitividade para o escoamento de parte do estoque encalhado. De acordo com a Fecoagro, há 500 mil toneladas com produtores ligados às cooperativas ou cerealistas. A desoneração foi estabelecida em 2008 e reeditada ao longo de 2009, mas sua vigência encerrou-se em 31 de dezembro passado. Às vésperas da nova safra, o mercado gaúcho está parado.
O presidente da Comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim, gostaria que o decreto incluísse Santa Catarina e os estados do Nordeste, também compradores do cereal gaúcho. "Estou torcendo que essa medida consiga destravar o mercado, mas, não acredito em reflexo na intenção de plantio." Com o cenário, a Farsul projeta recuo de 20% na área semeada na última safra.
Já para Ricardo Núncio, consultor da Fecoagro, a liquidez a ser proporcionada por esta medida poderá ser importante para definição da próxima safra, cuja semeadura ocorre a partir da segunda quinzena deste mês. A federação, que já cogitou queda de 30% sobre a área de 859,8 mil hectares, acredita agora em recuo de 15% no RS. A nova estimativa se deve ao crescimento da demanda por insumos e à nova classificação do trigo. Na quinta-feira, a Conab divulga a primeira pesquisa de intenção de plantio no Estado. A projeção é de manutenção na área da última safra, antecipou Ernesto Irgang, gerente de desenvolvimento de suporte da Conab. "Há uma pequena tendência de redução."