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Arroz - Estimativa de importações de 2 milhões t da Conab é exagerada
Data: 06/05/2010
 

De acordo com projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), durante a 19ª reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz, realizada nesta terça-feira (04/05) com representantes de governo, produtores e indústria, o consumidor brasileiro terá garantia de abastecimento de arroz e de estabilidade nos preços este ano. Apesar da quebra de safra registrada no Rio Grande do Sul, decorrente das enchentes no final de 2009, o Brasil poderá recorrer à importação para o consumo interno. Segundo a analista de mercado da Conab, Regina Santos, as políticas de abastecimento asseguram volume necessário do grão, que faz parte da cesta básica da população brasileira. Segundo ela, no País “são consumidos anualmente 13,0 milhões de toneladas de arroz e a produção prevista para este ano será de 11,0 milhões de toneladas”. “As importações de arroz deverão chegar a 2,0 milhões de toneladas”, segundo afirmou Regina Santos, que apresentou as conjunturas para o setor. Ela destacou, ainda, que “o produto deverá ser importado, principalmente, de países asiáticos, como Vietnã e Tailândia”. Com taxa de câmbio favorável, o preço do “arroz tailandês entra no mercado brasileiro a R$ 28,13 por fardo de 30 quilos”, um valor competitivo com os R$ 28,30 praticados internamente, segundo ela.

Inicialmente, parece que a técnica da Conab não consultou as projeções de Oferta e Demanda constantes no último relatório da Estatal que indica números completamente diferentes dos mencionados por ela. No último relatório da Conab, a estimativa é de um consumo de 12,5 milhões de toneladas (500 mil toneladas a menos do que o projetado por ela). Aliás, essa redução foi contestada e criticada no mercado, pois foi feita sem nenhuma explicação plausível para adequar os estoques de passagem que ficariam negativos novamente. A produção prevista para este ano, segundo o último relatório da Conab, é de 11,487 milhões de toneladas e não de 11,0 milhões de toneladas como ela menciona. A queda até pode ser registrada no próximo relatório, mas não é esse o número oficial da safra, nem da Conab, nem do Ibge. Por fim, ela estima um nível absurdo e descabido de importações de 2,0 milhões de toneladas, afirmando, ainda “que o produto deverá ser importado, principalmente, de países asiáticos, como Vietnã e Tailândia.” Primeiro, o produto importado virá em grande maioria, como sempre, dos países do Mercosul – Uruguai, Argentina e Paraguai. Caso haja necessidade ou interesse comercial de agentes de mercado, poderemos, sim, verificar algumas importações de países asiáticos, a preços competitivos.

Os números atuais de Oferta e Demanda, sempre contestados por produtores, industriais, cooperativas e demais agentes de mercado, estimam, para o ciclo atual 2009/2010, um estoque inicial em 1º de março de 2010 de 1,197 milhão de toneladas, importações de 1,2 milhão de toneladas (base casca), exportações de 500 mil toneladas e consumo de 12,5 milhões de toneladas, com estoques finais ficariam em 885 mil toneladas. A produção brasileira de arroz está estimada em 11,487 milhões de toneladas em 2009/2010, contra 12,602 milhões de toneladas em 2008/2009. Para que as necessidades de importações chegassem a 2 milhões de toneladas (base casca) seria necessária uma redução da produção para cerca de 10,6 milhões de toneladas (contra as atuais 11,487 milhões de toneladas) ou um aumento do consumo interno dos projetados 12,5 milhões de toneladas, para 13,2 a 13,3 milhões de toneladas (base casca), hipótese descartada. Importar 2 milhões de toneladas significaria ter que originar mais de 800 mil toneladas (base casca) de arroz de países asiáticos como o Vietnã e Tailândia, além de 1,2 milhão de toneladas dos países do Mercosul. Além disso, com o fraco ritmo de exportações que podem nem mesmo atingir as 500 mil toneladas em 2010, o volume de importações poderia recuar para até 1 milhão de toneladas (base casca), o que praticamente eliminaria a necessidade de importações de arroz asiático esse ano. Isso não é considerado na nota do Ministério.

Entretanto, a técnica da Conab menciona ainda que “com taxa de câmbio favorável, o preço do arroz tailandês entra no mercado brasileiro a R$ 28,13 por fardo de 30 quilos, um valor competitivo com os R$ 28,30 praticados internamente, segundo ela.”. Ou a nota postada no Ministério da Agricultura, mais uma vez, contém erros de digitação ou a informação está completamente equivocada. No máximo, ela quis se referir à paridade de importação de arroz beneficiado da Ásia com o arroz em casca produzido no Brasil. Seria aceito, embora ainda incorreto, afirmar que o preço do arroz tailandês entra no mercado brasileiro ao equivalente a R$ 28,13 por saco de 50 Kg em casca, FOB produtor (e não por fardo de 30 quilos), um valor competitivo com os R$ 28,30 (por saco de 50 Kg em casca FOB produtor, e não por fardo de 30 kg beneficiado) praticados internamente. Repetindo, ou, como já ocorreu em diversas oportunidades, há um erro de digitação ou uma informação equivocada que pode trazer danos irreparáveis aos agentes de mercado.

A nota do Ministério da Agricultura, assinada por Eline Santos, afirma, por fim, que o Rio Grande do Sul supre 62% do consumo nacional de arroz e a chuva do ano passado prejudicou, inclusive, o tempo da colheita. Até o momento, 85% da safra do estado já foi colhida. No mesmo período, em 2009, esse percentual chegava a 95%. Em alguns lugares, o grão será colhido em junho e, por causa do frio, a qualidade poderá ser menor, segundo explicou a analista da Conab.

Esperamos que a Conab e o Ministério da Agricultura corrijam o mais rapidamente possível as informações postadas no site no final da tarde de ontem ou que, pelo menos, justifiquem tamanha alteração abrupta das projeções, sem fundamentar o porquê da necessidade de importações de 2 milhões de toneladas de arroz neste ciclo 2009/2010. Não queremos imaginar que o governo federal trata o arroz e a cadeia produtiva orizícola com tamanho descaso que leva ao conhecimento de toda a mídia e ao mercado esses números totalmente desconectados com a realidade. Aliás, a notícia já está espalhada em inúmeros sites pelo Brasil afora nesta manhã dessa quarta-feira (05/05).

Fonte: Carlos Cogo


 
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