O Ministério da Agricultura analisa reivindicação de Argentina, Uruguai e Paraguai para elevar de 10% para 35% a Tarifa Externa Comum (TEC) sobre as importações de trigo de fora do Mercosul. O pedido feito pelo ministro argentino Julián Domínguez ao colega brasileiro Wagner Rossi é o mesmo feito pelos produtores de trigo nacional desde dezembro que buscam reduzir a concorrência. A proposta dos parceiros do bloco será discutida com moinhos e triticultores na próxima terça-feira, em Brasília, quando a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Culturas de Inverno estará reunida. "Precisamos resguardar a produção que enfrenta defasagem de preço em relação a custos e problemas de liquidez", argumenta Rui Polidoro Pinto, presidente da câmara. O país vizinho, que forneceu 3,2 milhões de toneladas de trigo ao Brasil em 2009, promete atender às necessidades brasileiras neste ano, colhendo uma safra de 10 milhões de t. Isso eliminaria a necessidade de importações de terceiros países como Canadá e Estados Unidos, favorecidos pelo dólar baixo. As indústrias são contrárias à elevação da TEC. Um dos motivos, segundo Cláudio Furlan, diretor do Moinhos Galópolis, de Caxias do Sul, é que a taxação limita possibilidades de fornecimento. Ele lembra que, nos dois últimos anos, a produção Argentina enfrentou seca e houve consequente excesso de regulamentação, fatores que afetaram a regularidade de oferta a moinhos nacionais.