A visita do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, à 39ª Expointer abriu a oportunidade de apresentação de demandas do setor leiteiro gaúcho à pasta. O pedido feito pelo presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, no sábado, foi para que o Brasil estabeleça cotas de importação para o leite em pó vindo do Uruguai.
Na ocasião, o dirigente defendeu que a pasta volte o olhar para a questão, já que o maior volume de importação do produto vem do país vizinho, que, diferentemente de outros países próximos, como a Argentina, não tem limite para venda no Brasil. "Nunca foi estabelecida uma cota para o Uruguai, porque o volume importado era baixo, o que já não era o caso da Argentina. Porém, diante da limitação à importação argentina, a quantia uruguaia aumentou", contextualiza Guerra.
A atividade leiteira vive de sazonalidades. Aqui, por exemplo, a produtividade é maior nos meses mais frios do ano: o volume produzido começa a se elevar entre abril e maio. Porém o período mais quente registra a queda na produção, começando a partir de meados de setembro em diante. Esse ciclo interfere diretamente na disponibilidade de produtos lácteos e também no preço cobrado. Por essa razão, há períodos em que o ingresso do leite em pó importado não é um grave problema; porém, em outros, pode ser um peso a mais para o produtor e a indústria, que precisam equalizar a situação no preço para se tornarem competitivos.
Entre julho e agosto, por exemplo, a produtividade local aumentou 20% em relação ao período imediatamente anterior. É mais produto para competir no mercado consumidor. A balança comercial exemplifica o desafio colocado aos produtores nacionais: a importação aumentou 70%, enquanto a exportação reduziu 30%. "A solução é criar uma cota de importação para o produto uruguaio, uma cota que possa ser flexibilizada." Guerra saiu do encontro com Maggi com o compromisso de que a questão seria tratada ainda no fim de semana, já que, no domingo, o ministro se encontrou com o ministro da Agricultura do Uruguai, Tabare Aguerre, em encontro fechado. "Tenho certeza de que esse pedido vai avançar e de que as entidades representativas de outros estados brasileiros também apoiarão a medida", afirmou o presidente do Sindila
Fonte: Jornal do Comércio