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Soja - Produtores são prejudicados por comercialização antecipada da soja
Data: 22/04/2009
 
Uma pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) mostra que os produtores que privilegiam a comercialização antecipada da soja chegam a ter perdas de 20% no preço final do produto. Contando com essa renda para financiar a safra, os pequenos agricultores são os mais prejudicados.
O pesquisador da UnB Ronaldo Silva escolheu o município de Cristalina, um dos principais pólos de produção de grãos de Goiás, para estudar o sistema de comercialização da soja. Ele comparou os custos do mercado de venda antecipada para tradings com o mercado futuro da bolsa de valores. Em um ano e meio de trabalho, o pesquisador verificou que a maioria dos produtores da região privilegia as tradings na hora de vender o produto. Embora esse tipo de negócio seja menos lucrativo, os agricultores têm mais facilidade para obter os recursos.
"O volume de documentos exigidos, garantias, acaba sendo um empecilho para obtenção de crédito bancário, além da escassez de crédito. Na trading, é muito mais fácil, ele está lá, bate na sua porta, leva um contrato para assinar e pronto: está resolvido o problema. Ele tem que dar um deságio em torno de 20% em cima da saca de soja, no momento em que está fazendo a operação", disse Silva.
A pesquisa mostra ainda que os custos para o pequeno produtor são maiores do que para o grande agricultor. Contando com esse dinheiro para financiar a safra, os pequenos chegam a pagar juros que variam de 10% a 12% ao ano. Com mais condições de negociar, os grandes agricultores vendem às tradings e financiam o plantio com juros de, no máximo, 6% ao ano. Em tempos de crise, a vida dos pequenos fica ainda mais complicada.
"Se você pensar no negócio soja no país, que são 60 milhões de sacas, isso dá uma diferença de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões do ponto de vista do faturamento dos produtores no Brasil", concluiu o pesquisador.

Fonte: Agrosoft Brasil - RS
 
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