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Histórico
 

O arroz freqüenta a mesa de dois terços da população mundial, constituindo-se no principal alimento de vários países. O seu cultivo é tão antigo como a própria civilização. Cerimônias civis, sociais e religiosas de muitos povos do oriente atestam a sua importância nutricional e cultural.
 
O imperador chinês do ano de 2.800 a. C., conhecedor do valor deste cereal, assumia o privilégio de semeá-lo em concorrida cerimônia de seu Império em que os príncipes de sua família, subalternamente, semeavam outras classes de grãos. Símbolo da fecundidade na Ásia, o arroz sempre acompanhou os recém-casados nos matrimônios quando atirado sobre eles em cerimônias religiosas, conforme a secular tradição hindu e chinesa. Na Índia, o arroz é associado a importantes fases da existência humana, do berço à sepultura.

A origem deste lendário alimento é de uma planta silvestre de algumas regiões da Índia e da zona tropical da Austrália. O Talmud (texto rabínico) já citava o seu cultivo. Existem provas que era plantado no Vale dos Eufrates e na Síria, quatro séculos antes de Cristo. Com certeza, o arroz nasceu na Ásia, afirmam historiadores, para posteriormente, conquistar o mundo, desbravando hectares e hectares de terras, seguindo deste continente para a Europa e norte da África. Batizado como "aruz" na Espanha, onde foi levado pelos árabes, já era cultivado na Itália, em 1468, próximo a Pisa. A introdução do arroz na América teria ocorrido através do sul dos Estados Unidos em 1647, fato contestado, no entanto, por autores brasileiros que apontam o Brasil como o primeiro país a cultivá-lo no continente americano, após este cereal ter vegetado espontaneamente em época anterior ao descobrimento.

Integrantes da expedição de Pedro Álvares Cabral, regressando de uma peregrinação por três milhas no território nacional, trouxeram arroz colhido em chão brasileiro, relatam pesquisadores. E isto seria apenas a confirmação de registros feitos por Américo Vespúcio que constatou a presença do cereal em grandes áreas alagadiças no Amazonas.

Em 1587, lavouras arrozeiras já ocupavam terras da Bahia, em 1745, o cultivo teve início no Maranhão; em 1772 no Pará e em 1750, em Pernambuco. A prática da orizicultura no Brasil, de forma organizada e racional, era notada acentuadamente em meados do Século 18.

Desta época até a metade do Século 19, o País foi grande exportador de arroz. Posteriormente, passou a importá-lo, o que provocou medidas principalmente, altas taxas e sobretaxas alfandegárias na importação para melhorar o preço do produto nacional e expandir a orizicultura em vários Estados brasileiros, com o objetivo de atingir uma produção compatível com a necessidade de consumo interno.

Arroz já havia por estas bandas, embora fossem espécies do tipo "selvagem". Era o "milho d'água" (auati-i, abati-miri, abati-uaupé, ou abatiapê ou abatiapé, no qual auati ou abati é "milho" e apé é "com casca") que os tupis, muito antes de conhecerem os portugueses, já colhiam sem sequer sair do barco nos alagados perto do litoral.

Havia também arroz nativo no que hoje é o Estado do Pará, e nos pantanais de Mato Grosso. E tinha ainda o arroz-brabo, na região do Rio de Janeiro. Pra falar a verdade, essas plantas não eram lá muito valorizadas pela alimentação diária dos indígenas. Só o arroz polido, vindo com o colonizador português, realmente conquistaria um lugar cativo na mesa de todos os brasileiros, na sua mistura inigualável com o feijão.

O colonizador português faz uma outra descoberta que também ficaria para a história: nesta terra onde em se plantando tudo dá, o arroz não precisa nem de alagados para brotar. Aqui, o arroz nasce tanto no período das águas quanto na seca.

Por não se bastar sozinho como uma refeição, não alcançaria tão rapidamente a popularidade angariada pelo feijão. Mas era apreciado nas mesas portuguesas e a facilidade do plantio atraía os sesmeiros.

A forma típica de comê-lo era o arroz cozido em água e sal, úmido, compacto, quase um pirão espesso. O arroz soltinho e seco, que viria a pontilhar nas casas mais abastadas não por acaso batizado de "arroz de branco" é resultado de uma fórmula posterior, urbana, que não dispensava os cuidados na fervura e no momento certo de interromper a cocção.

Embora tivesse cultura descomplicada, o arroz, ao contrário do feijão, exigia beneficiamento. E fábrica era uma coisa que o Brasil só poderia Ter com o beneplácito da coroa portuguesa. Por isso foi muito festejada, em 1766, a autorização para a instalação de uma descascadora de arroz no Rio de Janeiro, isentando o Brasil dos impostos de saída do produto e de sua entrada em Lisboa. Mas a alegria duraria pouco. Em 6 de março de 1781, D. Maria I resolveu proteger a produção portuguesa e proibiu a importação de arroz.